Alexandre Oliva é evangelizador do Software Livre, palestrante GNU, conselheiro da FSF América Latina, engenheiro de ferramentas de desenvolvimento GNU na Red Hat Brasil e mantenedor do GNU Linux-libre e co-mantenedor de GNU libc, GNU binutils e GNU Compiler Collection.
Thadeu Cascardo é membro do Libre Planet Brasil – São Paulo.
Antes de responder à pergunta sobre se o GNU Social é descentralizado ou distribuído, é interessante definir porquê é importante responder a esta pergunta, e quais são suas consequências. A distinção entre topologias de rede é uma velha ferramenta indiana para compreender as principais mudanças sociais das últimas décadas.
Este uso da distinção entre topologias de rede nos ajuda a compreender como flui a informação através de uma rede de um nó a outro, quais nós da rede são capazes de retransmitir informação a outros nós, se existem nós dos quais depende a sobrevivência da rede, e se algum dos nós tem a capacidade de filtrar e controlar a informação que os outros recebem. Em resumo, o debate sobre as topologias de rede trata sobre a autonomia dos nós e estruturas de poder. Não por acaso, um dos slogans mais famosos do movimento ciberpunk é: Sob toda arquitetura informacional, oculta-se uma estrutura de poder.
Posted by dausacker on May 15, 2017 in Privacidade
lustração e informação: Olga Subirós (CC BY-NC-ND-2.0)
As informações pessoais se tornaram mais um produto comprado e vendido.
Todos nós ouvimos dizer alguma vez que quando um produto é aparentemente gratuito é provável que na verdade estejamos pagando por ele com dados. Isso acontece com as redes socias, os cartões de fidelidade de lojas e supermercados ou com infinitos aplicativos que oferecem serviços mais ou menos relevantes em troca, somente, dos nossos dados pessoais.
Mas além de intuir que nós somos o produto, na realidade não sabemos o que é feito exatamente com nossa informação, ou no que consiste e como funciona esse pagamento com dados. Na verdade, não é uma questão simples e cada aplicativo tem seus próprios procedimentos e lógicas. No caso da navegação na internet, por exemplo, as empresas e prestadores de serviços nos oferecem de forma gratuita seus motores de busca, páginas web e serviços associados para ler o jornal, consultar a previsão do tempo ou estar em contato com outras pessoas através de redes sociais e fóruns. No entanto, cada vez que entramos em uma web é baixada automaticamente uma série de microprogramas conhecidos como cookies que conseguem informações sobre nossa atividade online e enviam ao proprietário da página visitada informações sobre nosso IP, MAC ou IMEI (o número de registro do nosso dispositivo), o tempo e a forma que usamos num determinado site ou outros sites que estejam abertos ao mesmo tempo, identifica se somos visitantes regulares e que uso fazemos da página web, em que sequência, como acessamos outros sites e assim por diante. Além disso, é comum que diferentes empresas paguem ao site que visitamos para poder instalar seus próprios cookies, como também é habitual que a empresa use os dados não somente para seus estudos internos, mas que também os venda a terceiros.
São Lourenço do Sul, por sua longa trajetória na Atenção Psicossocial Comunitária, em comemoração ao Dia Nacional da Luta Antimanicomial, criou no ano de 2005 o evento Mental Tchê, no intuito de oportunizar a troca de experiências e de promover debates sobre temas relevantes ao campo da Saúde Mental. Este evento anual tem por objetivo ser espaço de exercício de cidadania e protagonismo dos usuários, de reflexões sobre as práticas de cuidado em Saúde Mental e de fortalecimento do Movimento da Luta Antimanicomial, reunindo usuários, familiares, estudantes e residentes, profissionais de Saúde Mental, instituições formadoras, movimentos sociais, sindicatos, gestores e simpatizantes, nacionais e internacionais.
O 13º Mental Tchê, com o título “Ouvindo vozes, contando causos, rastilhando cidadania no mar de dentro” propõe-se como superação de forças políticas antagônicas que minaram para a não realização do evento. Palco para o ressurgir de questionamentos intensos na área da saúde mental, sobre a efetivação das propostas de reforma psiquiátrica e antimanicomial respaldadas por legislação específica, e desconstrução dos aparatos manicomiais, que perpassam os hospitais psiquiátricos e refletem contextos histórico sociais que perpetuam-se, como o de violência e exclusão.
No cenário politico atual, o evento carrega a responsabilidade de fortalecer coletivos e mentaleiros na continuidade pela reforma antimanicomial, convidando a todos para o resgate histórico do Mental Tchê como movimento.
Com todos os atravessamentos e desmontes do SUS a lógica é que espaços como o Mental Tchê não aconteçam. Com a luta e resistência vamos fazer acontecer!