Posted by dausacker on Oct 14, 2016 in Privacidade
Nesta segunda-feira, 10 de outubro, a Electronic Frontier Foundation (EFF), ONG internacional que defende a liberdade de expressão e a privacidade na era digital, lança um relatório inédito que compara práticas de vigilância e legislações em 12 países na América Latina.
No caso do Brasil, o relatório ressalta quatro questões consideradas uma ameaça ao direito à privacidade. São elas: o fato de o anonimato ser proibido no país; a falta de transparência sobre como a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) lida com os dados de seus usuários; a ausência de normas para regular o acesso às mensagens criptografadas; e, além disso, há uma “cultura do segredo” vigente no país. (clique aqui para baixar o relatório sobre o Brasil, em português)
Já não havia mais por que se ter uma conta do Yahoo nos dias de hoje. Mas depois da reportagem bombástica publicada pela Reuters na terça-feira, indicando que a enorme empresa de internet desenvolveu um serviço personalizado de grampos de e-mail para o governo dos EUA, sabemos que contas do Yahoo representam um risco nocivo à privacidade de cada um.
O repórter Joseph Menn, da Reuters, contou que, apenas no ano passado, optou por cooperar com uma “diretiva” para desenvolver um “programa de software personalizado para pesquisar todos os e-mails recebidos de seus clientes em busca de informações específicas, fornecidas por agentes de inteligência dos EUA — a NSA, em específico.
O fato de que todas as contas de e-mail do Yahoo foram sujeitadas a esse tipo de vigilância parece não estar refletido nas figuras do relatório de transparência do Yahoo, que alega a existência de grampos em menos de 20 mil contas por ordem do governo americano.
Quer criar uma conta de serviço de e-mail que te respeita?
Segue a dica aqui: https://dausacker.wordpress.com/2014/08/06/dica-de-provedores-de-e-mails-seguros/
O popular serviço de mensagens WhatsApp apertou ainda mais o laço da privacidade dos usuários ao consumar sua advertência: ao final de 30 dias, para quem não tivesse optado por renunciar ao compartilhamento de seus dados com o Facebook o silêncio seria entendido como um sim tácito às novas condições.
As autoridades alemãs foram as primeiras a alertar sobre a violação da privacidade dos usuários do WhatsApp, obrigando o Facebook a interromper essa prática e apagar definitivamente toda a informação armazenada no período.
Não é nenhuma novidade que a cada dia nós estamos com menos privacidade na internet.
E quando tudo isso sai do nosso computador e nos segue através dos smartphones? Você sabia que você pode estar carregando um GPS pessoal aonde o destino é você?
Pois é, nas últimas semanas muita coisa vem mudando, já era sabido que o Google escutava a sua voz quando você utiliza essa função no Android, agora é a vez do Facebook ir mais adiante. E aí você pode até perguntar, mas é preciso que eu use o telefone, não é? A resposta é simples: NÃO! Basta que seu celular esteja com o aplicativo Facebook ativado.
Não é novidade, já que desde 2015 uma página da Google mostra diversos arquivos de áudio que ela armazena sobre você. Sim: o seu smartphone escuta o que você fala ao redor dele, mesmo que você não tenha ativado o microfone ou o Google Voice por conta própria. E sabe o pior? Ele pode até gravar o que você está conversando.
De acordo com a Google, o armazenamento de suas conversas serve para melhorar as ferramentas de reconhecimento de idioma. Ou seja, a gravação de suas falas serve para os usuários do Google Translate ouvirem “melhor” as traduções, como exemplo.
Quer checar quais conversas e áudios a Google gravou no seu smartphone? Vá até essa página, chamada “Minha atividade”, da própria companhia. Felizmente, ela permite que você delete arquivos de áudio passados e até bloquear futuras gravações. Será mesmo?
Para bloquear futuras gravações de suas conversas, clique aqui e, depois, clique no botão ao lado de “Atividade de voz e áudio”.
OBS: Ao criar uma conta nos serviços da Google os usuários concordam que seus dados sejam coletados pela empresa. Pense nisso!
As medidas de combate à espionagem, previstas no decreto 8.135, durante o Governo Dilma Rousseff, não deram certo, segundo avaliação do Governo Temer. A decisão de exigir uma cláusula nos editais de licitação, de realização de auditorias no código-fonte de software, com o objetivo de garantir maior segurança das informações, praticamente não foi cumprida pelos gestores públicos.
Em nenhum edital foi imposta essa cláusula, apesar da necessidade de se garantir que os dados não fossem violados por empresas estrangeiras prestadoras de serviços ao governo brasileiro.